Há algumas semanas eu assisti ao novo “Furiosa: Uma Saga Mad Max”, e quando cheguei em casa minha mãe perguntou o que eu achei do filme. Quando ela ficou sabendo que se tratava de uma prequel, ela bufou e respondeu “Nossa, eu odeio esses filmes que vem antes do um!”.
Isso me deixou pensando por um bom tempo. O que tem de tão especial em filmes que vem antes do um — as famosas prequels (ou prequelas).
E por que são produzidas?
O mais famoso deles, é claro, Star Wars I, II e III. O que é engraçado pensar: George Lucas realmente fez isso de propósito? Eu honestamente duvido muito — assim como George Miller não pensou na história de Furiosa com antecedência ao Estrada da Fúria.
Então, me peguei pensando nessa vertente muito específica de filmes que vem antes do um.
Parte I: A história de origem para as histórias de origem
“Filmes que vem antes do um” não são uma coisa nova. O primeiro deles data de 1920, com o filme do expressionismo alemão “The Golem: How He Came into the World”, do diretor Paul Wegener. Este vem depois de “The Golem” (1915) que é seguido de “The Golem and the Dancing Girl” (1917).
Sendo o filme prequel o único que não foi perdido, agora ele não é mais um “filme que vem antes do um”; a falta de preservação do cinema alemão fez ele se tornar apenas um “filme”.
Pelo título “How He Came into the World”, dá pra entender que é uma história de origem.
E esse tema sobre a origem de um herói permeia até hoje com as prequels. Furiosa é sobre isso. Star Wars também; com a diferença que Star Wars é sobre o vilão principal, Darth Vader.
E Darth Vader foi o principal fator para que prequels fossem tão populares. Veja, Vader morre no final da trilogia original, em Retorno de Jedi — o melhor filme da trilogia, diga-se de passagem.
Mas Lucas viu o sucesso que o personagem fez. E com razão, decidiu ganhar mais dinheiro em cima dele. Nesse ponto, a franquia já era um sucesso absoluto, então Lucas decidiu investir em uma nova trilogia. Uma trilogia que vem antes da primeira.
Isso não passa de uma suposição da minha parte, conhecendo a figura que o George Luca$ é. Mas alguns fãs defendem que ele pensou desde o início em algo parecido com a franquia que é hoje. Outros, defendem que ele começou a produção da saga na metade para que o público tivesse uma sensação de que foi pega no meio da ação, algo muito comum nos capítulos de Buck Rogers, seriado que foi de grande inspiração para a criação de Star Wars.
Teoria da conspiração ou não, os títulos dos filmes cunhados por “Episódios” foram mudados após a trilogia prequel, assim como alguns detalhes na trilogia original, como o espectro Jedi de Anakin, que antes não era interpretado por Hayden Christensen.
Não entenda mal! Eu adoro os filmes prequels de Star Wars, principalmente pelo Obi-Wan, um dos meus personagens favoritos de qualquer mídia. Mas é inegável que esses filmes foram feitos exclusivamente para lucrar. E deve ser por isso que eles não são tão bons.
Parte II: A parte I foi pensada antes da parte II, confia
Afinal de contas, por que esses filmes existem? O Golem foi um desastre para Wegener, seu diretor. Com sua prequel, ele tentou criar um filme que ele gostasse. Foi basicamente uma segunda tentativa. Mas essa é uma exceção gigante à regra.
A regra nós já sabemos. A regra é dinheiro. Se algo faz sucesso, Hollywood quer mais daquilo. Cada vez mais. Fizeram um filme prequel do Coringa, do Willy Wonka, da Furiosa, e até do Meu Malvado Favorito! A regra é o dinheiro: mas por que fazer um filme que vem antes do um?
É uma coisa lógica de certa forma. É muito mais fácil escrever uma história que antecede do que algo que procede o filme original, principalmente se for um universo vasto em criação; como histórias de fantasia e ficção científica.
Mas honestamente, indo mais a fundo, TUDO é uma prequel ou história de origem. O filme do Napoleão? Origem. Oppenheimer? Também. Aquele filme do Bob Marley que eu não vi… Biografias são histórias de origem glorificadas, e assim como as outras, são feitas para farmar as verdinhas (de um jeito mais sutil).
Claro, nem todos os filmes “caça-níquel” são feitos dessa maneira, pois nem todos são prequels. Tem também as sequências fuleiras e os odiados reboots.
Mas quando uma sequência é bem feita, mesmo que feita para fazer dinheiro, não tem como criticar, realmente não tem.
Reza a lenda de que quando James Cameron deu a ideia para uma sequência de Alien (1979), o diretor só escreveu a palavra “Alien” num guardanapo e colocou um cifrão no final. Assim, nasceu Aliens (1986). Quando a pessoa no comando sabe o que está fazendo, tudo muda.
Bom, resumo da ópera: eu gostei de Furiosa. Eu gosto muito de Mad Max. É claro que não superou o Estrada da Fúria, até porque isso é quase impossível! Mas com certeza é um filme bom e divertido.
Tenho um pé atrás com prequels, normalmente não gosto de histórias que sei onde vai ser o ponto final. Mas ultimamente sinto que as prequels tão valendo muito, sinto que as obras estão com muito amor, como furiosa, wonka, pearl, inclusive estou muito ansioso para assistir um lugar silencioso dia um. Não podia deixar de mencionar a melhor prequel ja feita Gato de Botas 🥳
Enfim parabéns pelo texto 🤠👍